sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Fragmentos de farsa


Diluída em um cálice de vinho
Bebo os dessabores da vida
Retiro o véu que disfarça o rosto
No pálido sorriso o gosto
Doce de uva ácida
Tranco no peito a sua falta
Escrevo em líquidas linhas
Rubras letras vítreas
Atiro contra o chão a taça
Fragmento a minha farsa.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Só li dão


Solidão não me assusta
Solidifico ausências
Viram presenças.

"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."
(Clarice Lispector)

"Livros e solidão: eis o meu elemento."
(Benjamin Franklin)

"Quem não souber povoar a sua solidão, também não conseguirá isolar-se entre a gente."
(Charles Baudelaire)

sábado, 6 de dezembro de 2008

Fogo gráfico


Feito fagulhas
em folha seca infunde-se
o ígneo saber
infringe a etérea arte
fende a forma fixa
incessante mente
busca o vento o fogo
faz-se vida a grafia
da face ao corpo.