sábado, 6 de novembro de 2010

Com vento


Ela ajeita as pétalas de primavera no vaso. O canto da sala se mostra indiferente. Lá fora, o canto do vento provoca o silêncio que ecoa na casa.
De súbito a porta se abre. Ele não pede licença. Agora tudo é movimento. Os girassois de Van Gogh se espalham por toda a sala. Sobre o piso, os cacos da moldura se moldam aos caos. E ela... ela sente a vida. Ele forma ondas no sangue, como no mar. Na lembrança o velho vinil: nada do que foi será.

4 comentários:

Ilaine disse...

Carla! Que texto lindo! Fiquei imaginando os grassóis de Van Gogh espalhados por toda a sala: uma obra de arte. "E ela sente a vida..."Beijo

Amar sem sofrer na Adolescência disse...

Um lindo texto! Tecido com tantas imagens, delicadeza, Van Gogh a endossar suas palavras... Adorei!!!
Bjs

Luis Eustáquio Soares disse...

sempre sucinta, carla, com seus girassois de sois venosos, nos venenosos venenos de existir eroticamente, famintamente, tesãomente.
b
la mancha

VELOSO disse...

Colhendo poesia por aqui muitas cores flores para você!