
"Mas é claro! Coisas fantásticas já estão acontecendo! Voar dentro das buganvílias pendurada nas asas de uma borbô, aaaaaiiii!" A borboleta soltou Alice e ela caiu no meio dos espinhos. Só nesse momento, a menina percebeu que não via mais os raios de sol atravessando as folhas, não ouvia mais o barulho dos carros na rua e não sentia mais o cheirinho do almoço que a vovó fazia. O sol não estava lá, mas o lugar era claro, claríssimo. Era um lugar estranho, havia muitos bichinhos se mexendo. "Espere aí, esses bichinhos são, são... largatas! Argh! Que nojo!" Alice sentia uma enorme repulsa por aqueles bichinhos molengos, por isso, ameaçou correr, ir para bem longe, o mais longe possível, mas foi cercada pelas lagartas. "O que você disse, menina?" Alice arregalou os olhos, nunca tinha visto, nem ouvido uma lagarta falar. "Você tem nojo de nós? Não sabe que nos transformamos em lindas borboletas, como essa que te trouxe aqui?" Alice estava começando a ficar com medo, porque todas as lagartas a cercavam, não deixando espaço para ela passar. Ela queria pisar nelas, amassá-las, como fazia no quintal da vovó, mas não podia, porque, à medida que os rastejantes bichinhos se aproximavam de Alice, cresciam até se tornarem do seu tamanho. "O que é isso? Me deixem sair daqui!" Gritou Alice. "Você vai ter que nos pedir desculpas, nós não somos nojentas, somos limpinhas." Alice ficou indignada! "Eu, pedir desculpas a largatas?!" Mesmo com medo, a menina não dava o braço a torcer, pedir desculpas era coisa que ela nunca fez na vida, e não seria para simples lagartas que ela faria. "Esperem um pouco, largatinhas, podemos ser amigas". Alice era dissimulada e esperta. Decidiu que sairia do meio das lagartas sem se desculpar. Será que ela conseguiu? O que você acha, leitor(a)? Veremos, ou melhor, leremos.